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Em 5 meses, país registra 35 mil denúncias de violência contra idosos
Direitos Humanos/Cidadania
Publicado em 17/06/2022

Dados são do Disque 100

 

Publicado em 16/06/2022-14:50 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil-Rio de Janeiro/Portal EBC

A imagem da capa do site Multisom é meramente ilustrativa e foi retirada de arquivos da internet/Google

 

Mais de 35 mil denúncias de violações de direitos humanos contra pessoas idosas foram registradas no Brasil, de 1º de janeiro a 2 de junho, pelo Disque Direitos Humanos (Disque 100).

Em mais de 87% das denúncias (30.722), as violações ocorreram na casa onde o idoso mora. Segundo o ouvidor nacional de Direitos Humanos, Nabih Chraim, entre os agressores, os principais responsáveis pela violação são os próprios filhos, suspeitos em mais de 16 mil registros. Na sequência estão vizinhos (2,4 mil) e netos (1,8 mil).

Na maior parte dos registros (5,9 mil), a vítima tem entre 70 e 74 anos. Foram registrados ainda 5,8 mil denúncias relacionadas a idosos de 60 a 64 anos e 5,4 mil registros de violações de pessoas de 65 a 69 anos.

O secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI), Antônio Costa, informou que os maus tratos a idosos figuram em terceiro na lista de maiores registros de violações do Disque 100. “O idoso precisa ser cuidado e protegido para viver com dignidade”, contou.

Denúncias

Quem quiser denunciar casos de violações de direitos humanos pode fazer anonimamente pelo Disque 100, que recebe ligações diariamente durante 24h, incluindo os fins de semana e feriados.

“As denúncias podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita para o número 100, pelo WhatsApp (61-99656-5008), ou pelo aplicativo Direitos Humanos Brasil, no qual o cidadão com deficiência encontra recursos de acessibilidade para denunciar”, informou o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Rio de Janeiro

No município do Rio, nos cinco primeiros meses do ano, foram registradas 251 ocorrências de violência contra idosos. O número foi divulgado pelo Núcleo de Assistência de Promoção e Proteção Social da Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida.

Para chamar a atenção para esse tipo de violência, a Secretaria Municipal do Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida realizou ações na cidade durante o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, celebrado ontem (15).

No calçadão de Campo Grande, zona oeste, a prefeitura do Rio distribuiu o Estatuto do Idoso e materiais informativos sobre os tipos de violência mais comuns, entre elas, a física, a psicológica e a financeira.

“Envelhecer é um processo da vida. Estamos vivendo cada vez mais e querendo viver com qualidade, autonomia e saúde. Ações como essas são fundamentais para chamarmos a atenção da população”, apontou o secretário Júnior da Lucinha.

Para o morador de Campo Grande, Gessy Duque, de 83 anos, esse tipo de iniciativa é importante no combate à violência contra os idosos. “Ação muito boa e necessária para que todos possam conhecer os tipos de violências contra a pessoa idosa. Eu mesmo não sabia da existência de todas elas”, revelou.

Campanha

Todos os anos ao redor do mundo é realizada a campanha Junho Violeta. O mês foi escolhido para marcar o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, criado em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa.

O período 2020-2030 foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a década do envelhecimento saudável, para reforçar o debate sobre o assunto e o combate a agressões e tratamentos abusivos dentro e fora do ambiente familiar.

Edição: Lílian Beraldo

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