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Câncer de pulmão é identificado em estágio avançado em 86% dos casos
Saúde
Publicado em 02/08/2019

 

Publicado em 01/08/2019 - 14:43

Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil  São Paulo/Site EBC

A imagem da capa do site Multisom foi retirada de arquivos da internet/Google

 

 

Os casos de câncer de pulmão no Brasil só são identificados em estágio avançado em 86,2% dos pacientes. O número foi divulgado, hoje (1º), pela organização não governamental Instituto Oncoguia, a partir dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

 

Segundo o levantamento, foram registrados 6,9 mil casos de câncer de pulmão em 2016. Porém, a estimativa é de que a maior parte dos novos pacientes com a doença não tenha ainda diagnóstico, o que eleva para 28 mil os casos de câncer de pulmão.

 

O diagnóstico tardio, com a doença em estágio avançado, diminui a expectativa de vida do paciente. No caso dos tumores identificados no estágio inicial, a chance do paciente morrer nos próximos cinco anos é de 64%. Caso o tumor só seja encontrado no terceiro estágio, a probabilidade de morte em cinco anos sobe para 87%, e no quarto ano, chega a 90%.

 

O problema do diagnóstico tardio é ainda pior em algumas partes do país. Os casos de câncer de pulmão diagnosticados somente em estágio avançado chegam a 100% em Sergipe e a 95% no Pará, no Ceará e na Bahia. No Brasil, o câncer de pulmão é o tipo de tumor que mais mata, apesar de ser o quarto em maior incidência.

 

Os números indicam ainda que em 79,1% dos casos de câncer de pulmão há relação com o tabagismo.

 

Grupo de risco

Para o cirurgião torácico Ricardo Sales dos Santos, uma das maneiras de conseguir fazer um diagnóstico precoce do câncer de pulmão é dar atenção ao grupo de risco de contrair a doença. “O grupo de risco principal são as pessoas acima dos 50, 55 anos e que tenha fumado por pelo menos 30 anos um maço de cigarro por dia. Essa exposição pesada à toxina, aos carcinógenos, levam esse grupo a ter uma chance de ter câncer de pulmão da ordem de 30 vezes mais do que a população geral”, explicou o médico.

 

Nesses casos, Santos defende que pode-se recomendar a realização de uma tomografia mesmo que a pessoa não apresente sintomas. “Realizar uma tomografia de baixa dose. É o mesmo tomógrafo, só que é possível repetir essa tomografia várias vezes, porque se o paciente tem um achado suspeito, ele precisa ser acompanhado. Não precisa ser exposto à radiação em altas doses”.

 

“Esse câncer descoberto pela tomografia não sintomático, nos estágios iniciais, a cirurgia é curativa. Enquanto os pacientes que desenvolvem sintomas geralmente têm o câncer na fase avançada”, acrescentou o especialista sobre a importância de encontrar os tumores ainda nos primeiros estágios de desenvolvimento.

 

A presidente do Oncoguia, Luciana Holtz, lembra da necessidade de combater o hábito de fumar. “Mais e mais campanhas antitabagistas”, enfatizou. Para ela, é fundamental ainda ajudar quem quer largar o tabaco. “Cuidar desse tabagista, realmente oferecer um cuidado maior, multidisciplinar, para ele. A gente sabe que parar de fumar é muito difícil”.

 

 

Edição: Fernando Fraga

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