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Menos da metade dos bebês foram amamentados apenas com leite materno
Saúde
Publicado em 05/08/2020

Em 2006, percentual de amamentação exclusiva era de 37%

 

Publicado em 04/08/2020 - 14:54 Por Jonas Valente – Repórter Agência Brasil - Brasília
Atualizado em 04/08/2020 - 17:39/Portal EBC

A imagem da capa do site da Multisom é meramente ilustrativa e foi retirada de arquivos da internet/Google

 

Menos da metade das crianças brasileiras menores de seis meses de vida (45,7%) foram amamentadas exclusivamente com leite materno. Os dados fazem parte do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), realizado pelo Ministério da Saúde, entre fevereiro de 2019 e março de 2020.

Apesar do baixo índice, o Brasil registrou aumento no número de crianças de até seis meses que receberam amamentação exclusiva já que, em 2006, esse percentual era de 37%.

O Ministério da Saúde preconiza que, até essa idade, os bebês recebam como alimentação apenas o leite da mãe.

Ainda de acordo com a pesquisa, entre os bebês com menos de 4 meses, o índice de aleitamento materno exclusivo chegou a 60%. O índice de aleitamento materno continuado entre crianças de 12 a 15 meses foi de 53,1% e aquelas de até 2 anos, 60,9%.

A recomendação do Ministério da Saúde é que a amamentação seja feita da primeira hora de vida até os 2 anos do bebê.

De acordo com o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara Medeiros Parente, há diferença nos índices de amamentação entre as regiões do país.

“As regiões com menor taxa são a Norte e Nordeste, que são exatamente as mais pobres. É exatamente para esta população que a amamentação traria maiores benefícios. A gente tem que focar nossos esforços para melhorar taxa na população que mais precisa”, destacou.

Últimos dados

Os últimos dados disponíveis sobre aleitamento materno eram da Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, de 2006.

Durante esse período, o índice de amamentação subiu de 45% para 60% nas crianças de até quatro meses; de 48,5% para 53,1% nas de até um ano e de 56,3% para 60,9% nas de até dois anos.

Campanha

O Ministério da Saúde lançou hoje (4) uma campanha de estímulo à amamentação. A medida marca a Semana Mundial do Aleitamento Materno 2020, que ocorre na primeira semana de agosto, em mais de 150 países. 

O intuito é apresentar à população materiais de sensibilização sobre a importância dessa prática.

A campanha publicitária vai ser veiculada na TV, rádio, mídia impressa e internet, no período de 4 a 17 de agosto, com o tema “Apoie a amamentação, proteger o futuro é papel de todos”. 

A representante da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross, ressaltou a importância da amamentação e do apoio à mulher nesse momento, tanto pelo Poder Público quanto por organizações, famílias e pelo conjunto dos cidadãos.

Ela chamou a atenção também para os bancos de leite como políticas públicas para alcançar quem possui dificuldades.

“Quando temos perda de mãe, ter banco de leite humano faz diferença para o neném conseguir amamentar. Manter esses bancos de leite em todos os cantos é importante. Aleitamento materno sempre será, em qualquer país, a razão de ter realmente crianças mais saudáveis”, enfatizou.

A Opas e o Ministério da Saúde lembraram que o aleitamento materno traz um conjunto de benefícios como reduzir em até 13% a mortalidade infantil em crianças menores de 5 anos; diminuir a chance de diabetes, alergias, infecções, diarreias, otites e obesidade; e reduzir os custos com tratamento de saúde.

Edição: Lílian Beraldo e Liliane Farias

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