PUBLICIDADE
CCJ marca para esta quarta-feira votação de mudanças na legislação penal
Política
Publicado em 22/09/2021

Relatório prevê distinção mais clara, no Código Penal, entre culpa e dolo eventual e aumenta pena para adolescentes infratores

 

Em 21/09/2021 - 18:07 - Por Agência Câmara Notícias - Matéria retirada do portal da Câmara dos Deputados Federais

A imagem da capa do site Multisom é meramente ilustrativa e foi retirada de arquivos da internet/Google  

 

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados rejeitou nesta terça-feira (21) requerimentos de deputados da oposição que pretendiam adiar a análise de mudanças na legislação penal brasileira, a partir do trabalho de subcomissão especial para assuntos penais, que funcionou nos últimos três meses.

Entretanto, antes que o deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) lesse seu relatório, a reunião da comissão teve de ser encerrada em razão do início das votações no Plenário. A análise da proposta deverá ser retomada nesta quarta-feira (22), às 9 horas, no plenário 1.

Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Audiência Pública – Subcomissão Especial de Assuntos Penais. Dep. Carlos JordyPSL - RJ

Para Carlos Jordy, texto já foi discutido o suficiente e pode ser votado

O assunto divide opiniões na comissão. Enquanto principalmente deputados governistas tentavam votar a matéria, a oposição buscava adiar o debate, com o argumento de que se trata de um assunto complexo e que requer análise detalhada.

Relatório
No relatório, Carlos Jordy propõe alterações no Código Penal, na Lei de Execução Penal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no Estatuto do Idoso.

Entre as mudanças sugeridas, está a diferenciação mais clara, no Código Penal, entre culpa e dolo eventual, com a criação da figura da culpa temerária, para que os magistrados trabalhem as penas a partir de conceitos mais objetivos. A culpa temerária poderia ser aplicada, por exemplo, no caso de um motorista que dirige embriagado e se envolve em um acidente. Seria uma “culpa consciente”, segundo Jordy.

Já uma alteração no ECA poderá permitir que, em atos análogos a crimes hediondos, o adolescente infrator tenha a pena de internação de até dez anos, em vez dos três anos máximos estabelecidos atualmente. Com relação aos atos equivalentes a crimes contra idosos, Carlos Jordy prevê penas mais rígidas, inclusive no que se refere ao regime de cumprimento.

O relatório traz ainda a sugestão de vários anteprojetos de lei.

Cronograma
O coordenador da subcomissão, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), explicou que, nos três meses de trabalhos, vários profissionais foram chamados para audiências públicas e 472 matérias foram analisadas.

Reila Maria/Câmara dos Deputados

Audiência Pública - CineAlter: Festival de Cinema Latino-Americano de Alter do Chão. Dep. Maria do RosárioPT - RS

Maria do Rosário quer mais tempo para analisar o relatório

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), uma dos parlamentares que se posicionaram contrariamente à votação do relatório, pediu tempo para analisar o assunto, mesmo tendo sido favorável à criação da subcomissão.

“São mais de 400 matérias. Agora tem um tempo para a comissão se apropriar, porque vocês [favoráveis ao texto] ficaram debruçados. Precisamos nos debruçar sobre o relatório, e não só sobre ele. A gente tem de se debruçar sobre o processo de votação. Se a gente votar o relatório e aprová-lo sem desmembramento, significa dar 'sim' para tudo e nós respondemos lá fora”, afirmou a parlamentar.

O relator, no entanto, argumentou que o relatório foi amplamente debatido na subcomissão especial, que tinha deputados de diferentes partidos.

“Ouvimos diversos juristas, defensores públicos, promotores, pessoas das mais variadas correntes. Nós nos debruçamos sobre diversos projetos e chegamos a um relatório com inovações importantíssimas, que incorpora jurisprudências, dispositivos que existem em outros países. Que possamos votar o relatório e, a partir daí, os anteprojetos”, defendeu Carlos Jordy.

 

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Marcelo Oliveira

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Comentários
Comentário enviado com sucesso!